Na nossa série sobre sustentabilidade, abordaremos em dois tópicos a questão do vidro, um dos mais importantes materiais disponíveis no mundo, mas que, sem o devido cuidado e o uso racional, pode se tornar um problema sem precedentes para toda a humanidade.
UM POUCO DE HISTÓRIA
O vidro é um dos materiais que estão com o ser humano há mais tempo. Provavelmente a possibildade de trabalho com o material surgiu pela observação prática; quando os primeiros humanos observaram que os raios, ao se precipitarem sobre as areias da praia, produziam efeitos cristalinos no quartzo. Porém, tradicionalmente os fenícios, povo navegador, que, ao bservar o local onde acendiam fogueiras, perceberam o endurecimento e cristalização do material após a queima, que era o resultado do sobreaquecimento do Nitrato de Sódio. Os fenícios tornaram-se hábeis na confecção do material, tanto que a sua popularização possibilitou a produção de materiais excepcionalmente delicados, como os da foto abaixo:
Exemplos da qualidade do vidro fenício. |
Entre os anos 500 e 600 d.C, a técnica evoluiu, passando desde o vidro prensado em cilindros, até o vidro estendido, que consiste basicamente em produzir, em um cilindro enorme (mais de 3 metros de diâmetro), uma placa, que, em seguida era disposta em um forno e cortada, fazendo com que surgissem chapas de vidro: o vidro plano. A técnica possibilitou uma expansão incomum do material, que,na Idade Média tornou-se a fonte de riqueza de muitas famílias. O uso do vidro processado tornou-se objeto de lides industriais até o século XIX, provavelmente isso atrapalhou o desenvolvimento de técnicas mais completas, emperrando, por assim dizer, o desenvolvimento do uso do material. No século XIX, toda a produção de vidro no mundo estava polarizada entre Inglaterra, França e e Bélgica, esta última berço da chamada Técnica Fourcault, que consiste basicamente em produzir vidro sem as irregularidades resultantes do próprio processo de produção.
Atualmente, a técnica mais avançada para a produção do vidro é a de flutuação. Nela, a massa de vidro derretida literalmente flutua sobre o estanho também derretido e o resultado é um vidro limpo de irregularidades que rendeu ao seu fabricante a hegemonia no mercado. Pra conhecer como foi revolucionária essa técnica, leia este artigo aqui.
O PROBLEMA DO VIDRO
Vidro é praticamente eterno na natureza. |
O uso racional e a reutilização do material são essenciais para a proteção e reversão da degradação ambiental, porque o vidro disposto irregularmente no meio ambiente, além de poluente pode representar um risco muito grande à saúde, quando podem cortar, ferir seriamente e matar.
REUTILIZANDO O MATERIAL.
Importante frisar que boa parte do problema pode ser resolvido de duas maneiras: o consumo racional e a reutilização. O consumo racional do vidro (e de qualquer material) consiste basicamente em comprar menos produtos cuja matéria prima de envazamento seja o vidro, porque a tendência é que se descarte esse material após seu uso. Muitas empresas, por exemplo, reutilizam os vasilhames de vidro, a exemplo das distribuidoras de Cerveja. Uma importante marca de refrigerante recentemente lançou uma versão retornável dos seus refrigerantes. Outra forma é a reutilização de materiais de vidro. Muito pode ser feito de maneira prática, sem nenhum artifício além da bora vontade em trabalhar com o material: usar garrafas de vidro como recipiente para guardar a água no refrigerador, aqueles copos de extrato de tomate, que podem servir de copo para a criançada, aquele vasilhame de geleia que pode ser utilizado para colocar água pro pet, etc.
Eu andei pesquisando e encontrei umas particularidades do material, que precisam ser esclarecidas a qualquer um que queira se aventurar no trabalho de transformar este tipo de produto em algo que possa ser útil e ainda pode evitar acúmulo de poluentes na natureza. Nessa primeira parte abordaremos basicamente estas particularidades, e como se pode contorná-las ou ainda, como se pode utilizar delas em prol de um trabalho mais eficiente.
A PREPARAÇÃO
Uma coisa que é necessária para que se possa ter um bom resultado no trabalho com o vidro é justamente a mais delicada etapa: preparar o material. Em geral, os artesãos podem trabalhar o vidro de muitas maneiras diferentes, então, a preparação também varia. Aqui somos práticos, então trabalharemos o vidro com a intenção de desenvolver métodos de corte no material, propiciando, dessa forma, uma maneira de reaproveitamento no dia-dia sem muito trabalho a ser feito.
Cortar o vidro é uma coisa delicada porque o material tende a ser pouco afeito a grandes estresses (pancadas) nem existem equipamentos simples que possam cortar o vidro do dia-dia, que geralmente vem em forma de recipientes arredondados. Nesse caso, acho conveniente explorar duas formas de corte que podem ser feitas diretamente em casa, sem a intervenção de nenhum outro material: a técnica térmica (por choque) e o uso de aparelhos.
O corte utilizando a técnica térmica é simples. Em geral, se utiliza o artesão de um barbante, um líquido inflamável (álcool, querosene, gasolina, etc.), fogo e água em temperatura ambiente ou gelada. Aquece-se o recipiente colocando o fogo no barbante, aguardando alguns instantes e, em seguida, mergulhando o vidro em água. O resultado é que a dilatação térmica provocada pelo calor, rapidamente se desfaz, rompendo o vidro em uma linha reta muito eficientemente. Essa técnica requer alguns cuidados óbvios, mas também é muito incerta: até que se atinja a perfeição com a mesma, são necessárias várias tentativas frustradas. Quer aprender? Cola no vídeo abaixo:
Aparelhos para cortar vidro compõem a nossa segunda técnica. Se o vidro é plano, pode-se optar pela compra de um estilete para tal. Eles têm prelo variado de acordo com a especialidade, milimetragem de corte, etc. E podem ser muito úteis, principalmente se tratando de vidros planos ou com cantos quadrados, como algumas garrafas de uísque. O da foto abaixo custa menos de R$ 10 e pode ser comprado clicando aqui.
Estilete apropriado para o corte de vidro plano. |
Não tem segredo. Qualquer pessoa que entender um pouco de eletricidade pode produzir a sua utilizando esses quatro blocos de argila, um lenço de papel (pra não danificar a garrafa), o fio de aço inoxidável e uma tomada. Lembrando que somente uma pessoa EXPERIENTE em eletricidade deve tentar fazer esse produto. Para quem quer cortar à perfeição a sua garrafa, pode comprar máquinas que são eficazes exatamente como a demonstrada acima.
Máquina para o corte de garrafas de vidro. |
CONCLUINDO
Agora que você já conhece um pouco mais sobre o vidro, já sabe que ele é bom, mas tem restrições, reta tão-somente usar a cuca para criar um projeto que integre a responsabilidade ambiental e o uso de vidro em condições de reciclagem. Para tanto, vou pensar em uma ideia legal e passo para você na parte 2 desse post. Se você quiser seguir a aba "Sustentabildiade", clica no nosso banner e cola nas demais que têm esse tema. Sem sombra de dúvidas o planeta agradece.
Ah! Lembrando que não importa a técnica, você precisará de lixa (fina e grossa) para a finalização, porque as arestas do vidro ficam muito cortantes após a realização do trabalho. Essas lixas são muito baratas (custam menos de R$ 5,00 em média) e você pode comprar em qualquer casa de material de construção.
Só isso por enquanto. Até a próxima!
@Blog_192001 @Mrsilvioh
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